Brasil e Japão: um amistoso que reverencia Zico e a evolução do futebol japonês

Nesta terça-feira, dia 14, o Brasil enfrentará o Japão em um amistoso internacional, marcado para às 7h30 (horário de Brasília), no icônico Ajinomoto Stadium, localizado em Tóquio. Esse confronto é mais do que só um jogo; é uma celebração da história e da evolução do futebol japonês, muito influenciada por um nome: Zico.

A Revolução de Zico no Japão

Arthur Antunes Coimbra, conhecido pelo apelido carinhoso de Zico, chegou ao Japão em 1991 para jogar pelo Kashima Antlers. Naquele tempo, o futebol japonês ainda estava longe de ser profissionalizado. Os clubes estavam atrelados a grandes empresas, e a cultura do futebol no país era bastante diferente da que conhecemos hoje.

A contratação de Zico foi um passo estratégico que se tornou crucial para a transformação do futebol no Japão. Ele chegou antes mesmo da criação da J-League, a liga profissional que mudou a face do esporte. O impacto de Zico foi tão grande que ele não apenas elevou a qualidade do jogo do Kashima, mas também introduziu uma mentalidade profissional e uma seriedade tática que eram desconhecidas para os japoneses naquela época.

Um Legado que Vai Além dos Gramados

Embora Zico não tenha conquistado títulos durante sua passagem como jogador entre 1991 e 1994, sua presença foi marcante. Seus gols memoráveis e seu estilo de jogo ajudaram a elevar o nível técnico do futebol japonês, além de aumentar imensamente a popularidade do esporte em todo o país. A revolução que ele iniciou no Kashima Antlers foi um verdadeiro divisor de águas, preparando o terreno para o futuro do futebol japonês.

Graças a Zico, muitos jogadores começaram a surgir no Japão, como Hidetoshi Nakata, Yasuhito Endo e, principalmente, Shunsuke Nakamura. Esses atletas se tornaram ídolos nacionais, levando o nome do Japão a Copas do Mundo e a clubes europeus. Podemos dizer que eles são o resultado direto da semente de alta performance que Zico plantou com seu trabalho e dedicação.

Zico como Técnico da Seleção Japonesa

Após sua carreira como jogador, Zico não se afastou do futebol japonês. Ele assumiu o cargo de técnico da Seleção Japonesa entre 2002 e 2006. Sob sua liderança, os Samurais Azuis tiveram um desempenho sólido, com 64 jogos disputados, 36 vitórias, 13 empates e apenas 15 derrotas, resultando em um aproveitamento de 63%. No entanto, sua passagem pela Copa do Mundo de 2006 na Alemanha foi marcada por uma eliminação na fase de grupos, onde o Japão sofreu uma goleada de 4 a 1 para o Brasil.

Embora esse resultado tenha sido um revés, não diminuiu a importância da contribuição de Zico ao futebol japonês. Ele continua ligado ao Kashima Antlers, onde atua como conselheiro e já treinou em outras ocasiões. Para homenagear sua carreira e legado, uma estátua foi erguida em sua homenagem na cidade de Kashima, e ele teve a honra de carregar a tocha olímpica na véspera dos Jogos de Tóquio em 2021.

Expectativas para o Amistoso

O amistoso entre Brasil e Japão promete ser uma partida emocionante, não apenas pela rivalidade no campo, mas também pela reverência ao legado de Zico. Os jogadores brasileiros, sob o comando de Carlo Ancelotti, enfrentarão uma seleção japonesa que possui em seu histórico a influência de um dos maiores ídolos do futebol mundial.

Em suma, enquanto o Brasil se prepara para entrar em campo, é importante lembrar que o futebol é mais do que apenas uma competição; é uma história de união, transformação e paixão que continua a ser escrita a cada jogo. Não perca a oportunidade de assistir a este amistoso que promete ser memorável!