Sálvio Spínola responde por que profissionalização da arbitragem é urgente

A Importância da Profissionalização da Arbitragem no Futebol Brasileiro

No último domingo, durante o programa CNN Esportes S/A, Sálvio Spínola, ex-árbitro e comentarista de arbitragem, fez uma análise profunda sobre a situação da arbitragem no Brasil. Ele destacou que a profissionalização da arbitragem é crucial para oferecer segurança jurídica e financeira aos árbitros. Para Spínola, essa mudança vai muito além de simplesmente registrar os árbitros na carteira de trabalho; é preciso criar condições que permitam a eles se dedicarem exclusivamente à sua função.

O Que Significa Profissionalização?

Segundo Spínola, a profissionalização envolve um debate sério, cobrança e um planejamento estruturado. Ele argumentou que os clubes de futebol precisam se envolver nesse processo. Em suas palavras:

“Debate e cobrança. (…) Os clubes também têm que cobrar.”

Isso mostra que a responsabilidade não recai apenas sobre os árbitros, mas também sobre as instituições que os empregam.

Perda de Talentos e Insegurança

Spínola também ressaltou um ponto crítico: a falta de profissionalização no futebol brasileiro tem levado à perda de talentos. Muitos árbitros talentosos estão abandonando a carreira em busca de estabilidade em outras áreas. Ele comentou:

“Estamos falando de mundo corporativo. Quando não resolvem isso, faz com que o futebol perca muitos talentos.”

Isso reflete um problema maior, onde a insegurança e a falta de apoio fazem com que pessoas capacitadas deixem suas funções.

Os árbitros, sem a segurança necessária, acabam se vendo obrigados a equilibrar suas atividades com outras profissões, o que limita o tempo que podem dedicar ao estudo e ao aperfeiçoamento. Spínola ilustra essa situação ao dizer:

“Aqui, no Brasil, o árbitro se dedica ao futebol, mas na hora vaga, ele faz um biquinho. Sabe que bico que ele vai fazer? Vai apitar.”

A Questão Salarial e de Incentivos

Um dos aspectos que Spínola abordou foi a questão salarial. Ele defende que os árbitros devem ter uma remuneração fixa e previsível, com incentivos baseados no desempenho. Ele sugeriu que, no início de uma temporada, a entidade responsável pela arbitragem poderia oferecer contratos para um número definido de árbitros, garantindo um salário mensal e pagamentos adicionais por cada jogo apitado.

“Quem for bem, apita mais. Vai apitar mais, vai ganhar mais, mas você vai ganhar todo mês.”

Essa abordagem, segundo ele, seria uma forma de garantir a segurança financeira dos árbitros e também elevar o padrão da arbitragem no Brasil. A falta de uma gestão clara e organizada contribui para a insegurança que muitos árbitros enfrentam. Spínola comentou:

“Você faz um campeonato com arbitragem. Não com um árbitro.”

Isso mostra a necessidade de um sistema estruturado para a arbitragem, onde as regras e escalas são definidas com clareza.

A Necessidade de Gestão Transparente

Outro ponto levantado por Spínola é a necessidade de uma gestão transparente da arbitragem no Brasil. Ele enfatizou que é essencial que todos os envolvidos no campeonato saibam quais árbitros estarão atuando em cada partida.

“Quem tem a gestão tem que falar: Estão aqui. Então clubes, são esses árbitros que vão apitar o campeonato.”

Essa comunicação clara é vital para evitar confusões e promover a confiança nos árbitros.

Conclusão: Um Futuro Promissor?

Spínola concluiu que a profissionalização da arbitragem é uma questão essencial para garantir não apenas a segurança e a motivação dos árbitros, mas também para manter a qualidade e a consistência da arbitragem no futebol brasileiro.

“O árbitro sabe que ele tem que ir bem, tem que treinar, tem que estudar para renovar o contrato de prestação de serviço para a próxima temporada.”

Isso poderia mudar a forma como a arbitragem é vista e valorizada, promovendo um futebol mais justo e competitivo.

O debate em torno da profissionalização da arbitragem é crucial e deve ser contínuo. Afinal, o que está em jogo é a integridade do esporte e a confiança dos torcedores. A transformação não será fácil, mas com o envolvimento de todos os setores, é possível vislumbrar um futuro onde a arbitragem no Brasil seja respeitada e valorizada.



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